quarta-feira, 27 de maio de 2009

Salário médico no setor privado é aprovado por unanimidade pela Comissão do Trabalho




O PL 3.734/08 que define o salário mínimo profissional dos médicos e cirurgiões dentistas em R$ 7 mil por 20h/semanais foi aprovado por unanimidade pelos membros da Comissão de Trabalho, de Administração e Serviço Público. A votação foi realizada nesta quarta-feira (27/05) na Câmara dos Deputados, em Brasília.

domingo, 24 de maio de 2009

Revisão: Receptores Toll-Like e PAMPs

Receptores Toll-like são receptores localizados na membrana celular que possuem a capacidade de identicar os PAMPs. Os PAMPs são moléculas associados à patógenos cujo principal exemplo é o lipopolissacarídeo que está associado aos agentes Gram negativos. A interação entre os receptores Toll-like e um dos PAMPs dá inicio a resposta inflamatória.

PAMPs (Pathogen-associated molecular patterns) são moléculas existentes em bactérias e virus que estimulam a resposta inflamatória após serem identificadas como non-self pelos receptores toll-loke. O grupo de PAMPs inclui o lipopolissacarídeo das bactérias Gram negativas e a flagelina e ácido lipoteicóico das bactéria Gram positivas.

Flávio E. Nácul

Fatores de riscos para DELIRIUM - o que podemos mudar?

Risk factors for delirium in intensive care patients: a prospective cohort study.
Van Rompaey B, Elseviers MM, Schuurmans MJ, Shortridge-Baggett LM, Truijen S, Bossaert L. Critical Care. 2009; 13: R17.

Delirium tem sido uma entidade cada vez mais estudada nos últimos anos, já tendo sido descrita a sua contribuição para a permanência em ventilação mecânica e mortalidade nos pacientes críticos. Esse estudo pretende delinear os fatores de risco para o desenvolvimento de delirium no CTI. Os autores acharam que a incidência de delirium foi de 30%. Idade, interessantemente, não foi um fator de risco. Entre os fatores não modificáveis que predispunham ao desenvolvimento de delirium, estavam: Tabagismo, etilismo, viver só em casa, gravidade da doença, déficit cognitivo prévio e coma. Entre os fatores possivelmente ou potencialmente modificáveis, foi encontrado: Uso de ventilação mecânica, uso de drenos, cateteres e tubos, uso de medicação psicoativa e sedação prévia. Fatores relacionados ao ambiente também foram bastante importantes, como: isolamento, ausência de visita, ausência de visibilidade da luz do dia, transferência de outra enfermaria e uso de contenção física.

Cássia Righy

MÉDICOS X VIOLÊNCIA

Por: Antônio Pinheiro e Waldir Cardoso*

Manchete do jornal O Liberal, de Belém (PA), na semana passada, confirma que os médicos em seu trabalho também acusam sentir na pele o aumento da violência que amedronta o cidadão brasileiro.

Em constatação da própria Secretaria Municipal de Saúde (SESMA) de Belém, as demissões tem desfalcado o atendimento principalmente na periferia, em vista destas ocorrências, deixando mais uma vez como vítima maior a população excluída e desprotegida pelo poder. Como se já não bastasse o descaso com as condições de saneamento, agora ficam também sem acesso ao atendimento médico.

Nos anos de 2007 e 2008, os casos de médicos agredidos e até assassinados em pleno trabalho ou no deslocamento antes ou após aumentaram consideravelmente, culminando com movimento nacional deflagrado pela associação de médicos peritos, inclusive com paralisações que pleiteavam mais segurança no que foram apoiados pelas entidades médicas nacionais. Os médicos que em seu labor contaram sempre com maior consideração e respeito até pela imagem cultuada da profissão, hoje vêem-se acuados não só nos postos da periferia como refere a matéria jornalística, mas também em seus consultórios e clínicas nas áreas consideradas mais nobres das grandes cidades. Aí estão os estabelecimentos de saúde com grades, corpo de guardas, câmeras e alarmes. Sobressaltados ficam os médicos, funcionários, pacientes e acompanhantes, tornando o ambiente de trabalho onde se necessita de concentração e tranqüilidade, verdadeiras fortalezas, com portas eletrônicas a cada passo. Relatos são cada vez mais freqüentes de assaltos a mão armada e até alguns com ameaças físicas. Muitos médicos preferem edifícios de conjuntos de salas tentando com isto a diminuição destas ameaças, o que nem sempre é maior garantia. O que fazer? Como continuar no trabalho, seja publico ou privado nestas condições? Como exigir do médico que precisa exercer atividade em áreas de risco que se exponha mais do que já faz, ao trabalhar a maioria das vezes sem condições adequadas, só com seu conhecimento, o estetoscópio e o jaleco branco?

Somos todos hoje, médicos ou não, cidadãos temerosos, com olhares desconfiados, reféns de um mesmo sistema que represou a miséria e a falta de cuidado com muitas gerações e que hoje sofre as conseqüências destes atos. Devemos todos assumir nossas responsabilidades, mesmo que indiretas, sob pena de termos um futuro mais sombrio ainda para nossos filhos. Cobrar dentro de nosso pequeno universo social com reclamações e imprecações não é suficiente. É preciso mais. É preciso que nos unamos todos em exercício de cidadania para discutirmos e decidirmos nossos direitos sociais e políticos. Dissociados do ruído que vem desta distensão humana e que nos põe uns contra os outros, seremos tão descuidados quanto os que não viram lá atrás a possibilidade deste enfrentamento cruel.

É visível a preocupação dos diversos setores da sociedade demonstrada pelos grupos de discussão e estudos sobre as questões aqui abordadas. Tentativas constantes são encontradas na rede de comunicação mundial numa troca de opiniões e enriquecimento político, como se fosse um preparo demorado para uma verdadeira remontagem da carcomida e sempre repetitiva estrutura dos poderes constituídos. Espasmos tímidos de uma necessária renovação de pensamentos e principalmente de nomes (voltam Sarney e Temer) são sufocados com promessas vãs e bolsas qualquer coisa.

É hora de começarmos a ver os acordos espúrios feitos para obtenção de cargos no viciado círculo político, criando uma espécie de ética amoral, válida só para o vizinho e nunca para todos. Participação é a palavra antiga e sempre necessariamente lembrada nestes momentos e que deve ser motivo de reflexão para todos, infelizmente movidos agora pela insegurança e pelo medo.

A categoria profissional médica, sempre considerada uma das mais importantes dentre todas, tem obrigação de liderar através de suas entidades oficiais um movimento em busca da paz social e de um futuro saudável, seja no exercício da atividade responsável e humanizada inerente ou na conscientização em seu convívio do dia a dia.

Ação e participação são o que o momento exige dos médicos e de suas entidades representativas. Procurar um caminho é urgente medida.

* Antônio Pinheiro é conselheiro do Conselho Federal de Medicina pelo estado do Pará. Waldir Cardoso é diretor do Sindicato dos Médicos do Pará.